HISTÓRIA

10 mitos sobre o nazismo que as pessoas precisam parar de repetir

Lendas urbanas, informações erradas e falsas notícias: não caia nelas

Rodrigo Trespach

10. A suástica é um símbolo do mal

Também chamada de cruz gamada, ela é muita mais antiga do que o nazismo. É um símbolo universal, encontrada amplamente decorando casas e templos na Grécia e Roma antigas e até na África Central e entre os índios norte-americanos. Seu significado varia muito de povo para povo. Para os greco-romanos, era relacionada a moinhos de água, mas usada principalmente como elemento decorativo. Os budistas e hinduístas ainda fazem uso amplo do símbolo, que não tem qualquer conotação negativa. Ao contrário do que talvez você tenha ouvido, uma suástica apontando em sentido anti-horário (ou horário) não é “do mal” (a dos nazistas era em sentido horário). Em sânscritosvastika significa algo como “existência de felicidade”.


9. Hitler era judeu

A ironia pode ser deliciosa, mas é não tem base na realidade. A dúvida surgiu porque a avó de Hitler era mãe solteira. Durante os julgamentos de Nuremberg seu ex-assessor Hans Frank afirmou que o pai do ditador era filho de um judeu para qual a avó trabalhou como doméstica na cidade de Graz. O problema é que não havia judeus em Graz. Eles só puderam entrar em 1860, quando Alois Hitler, o pai do ditador, tinha mais de 20 anos. Em 2010, um teste de DNA sugeriu que ele teria ascendência semita, mas foi bastante contestado – os pesquisadores nem disseram o que eles testaram, de onde tiraram o DNA.


8. Só os judeus foram mortos pelos nazistas

Nazismo não era apenas contra judeus, mas a “decadência moral” e a “poluição genética”. Os primeiros exterminados pelo regime foram deficientes físicos e mentais, para evitar que passassem seus genes. Embora os judeus tenham-se tornado as mais conhecidas vítimas do nazismo, ciganos, homossexuais, maçons e comunistas e até testemunhas de jeová também estavam entre os assassinados pela política de Hitler. Mais de 100 mil gays foram presos e pelo menos 10 mil executados. Cada tipo de prisioneiro usava uma insígnia diferente no uniforme. Judeus, famosamente, a estrela amarela. Homossexuais, um triângulo rosa – que foi um símbolo inicial do movimento gay, até a adoção do arco-íris, nos anos 1970, já que era muito deprimente.


7. Nazistas criaram a ideia de uma raça superior

Eles a levaram ao extremo, mas não foram seus inventores. No mundo inteiro, era fácil achar gente defendendo a superioridade dos brancos. A palavra “eugenia”, em nome da qual os nazistas proibiram casamentos entre judeus e alemães e mataram deficientes mentais, foi criada pelo primo em segundo grau de Charles Darwin, Francis Galton. Os Estados Unidos foram o primeiro país no mundo a criar leis de eugenia. Ninguém menos que Winston Churchill as defendeu em livro, duas décadas antes de o nazismo nascer.


6. Auschwitz e os outros eram campos de concentração

Campo de concentração é um local onde manter prisioneiros de guerra ou políticos em massa. As condições variam muito, desde um quase retiro rural aos gulags soviéticos. Mortos em campos de concentração são vítimas colaterais. Nazistas tinham campos de concentração, usados para prender soldados de países ocidentais. Que eram surpreendentemente bem tratados, aliás, pois a Alemanha havia assinado a Convenção de Genebra, dispondo sobre o tratamento de prisioneiros de guerra. O propósito dos campos como Auschwitz era matar as pessoas desde que chegavam – e tinham uma estrutura industrial para isso. O certo é dizer que são campos de extermínio. Como a União Soviética não havia assinado a Convenção de Genebra, prisioneiros soviéticos iam para os campos de extermínio, não concentração.


5. Todos os alemães eram nazistas

Ninguém era obrigado a se filiar ao partido – ainda que isso tivesse óbvias vantagens. O maior general da Alemanha nazista, Erwin Rommel, não era filiado – e acabou sendo forçado a se matar sob suspeita de participar de uma conspiração para assassinar Hitler. Outros oficiais – como o almirante Canaris – simplesmente boicotavam o regime nazista  tanto quanto podiam. Alguns membros do partido praticaram resistência passiva, como Oscar Schindler. E o grupo estudantil Rosa Branca chegou a realizar passeata contra o nazismo nas ruas de Munique.


4. O exército alemão era formado apenas por alemães

Havia muitos estrangeiros nas forças alemãs, inclusive a SS. Muçulmanos dos Bálcãs, simpatizantes espanhóis, franceses, ingleses e mais. Até mesmo judeus da Finlândia ajudaram os nazistas. Quase no fim da guerra. cerca de 10% do Exército alemão estacionado França era de soldados russos, fugidos do regime soviético. Após o Dia D, Yang Kyoungjong, um coreano, foi capturado pelos americanos entre as forças nazistas, servindo na França. Ele havia lutado pelo Japão, depois no Exército Vermelho, por fim a Wehrmacht. Morreu em 1992.


3. Os nazistas esconderam ouro roubado

Os nazistas de fato esconderam muito ouro roubado – mas não no chão, como se fossem piratas de filmes (piratas reais também não faziam isso). A maior parte dele foi “escondida” nos cofres da Suíça e da Suécia durante a guerra. Depois do conflito, outra parte foi levada para os Estados Unidos e para a URSS. Tudo com o consentimento dos respectivos governos.


2. O Brasil tinha o maior número de nazistas fora da Alemanha

Os membros do Partido Nazista no Brasil eram menos de 3 mil. Todos alemães nativos, não descendentes, porque esses eram vistos como mestiços degenerados, que perderam sua cultura, e ninguém nem se dava ao trabalho de conferir seus ancestrais. Nos Estados Unidos, somente a Liga Germano-Americana tinha 25 mil filiados com fortes vínculos com o nazismo – eles desfilavam com bandeiras americanas ao lado da suástica. Antes da guerra, o nazismo era tido por uma ideologia tolerável, se antipática.


1. Alemães são arianos

Essa é uma das maiores bizarrices nazistas. Arianos eram invasores do Cáucaso que, há quase 4 mil anos, conquistaram a Índia e a Pérsia – Irã, nome que a Pérsia assumiu em 1935 quer dizer “terra dos arianos”. Teóricos racistas do século 19 levantaram a hipótese de que esses conquistadores chegaram à Europa, mas só lá se mantiveram puros – isto é, os alemães seriam mais arianos que os arianos (e os iranianos). Isso tem zero base na realidade.

(Matéria original aqui.)

 

Trecho da verdadeira lista de Schindler é colocado à venda

O valor estipulado pode ser superior a R$ 7 milhões

10 fotografias raras e reais de escravos brasileiros há 150 anos

http://somentecoisaslegais.com.br/arte/fotografia/10-fotografias-raras-e-reais-de-escravos-brasileiros-ha-150-anos-atras?utm_source=redesabril_jovem&utm_medium=twitter&utm_campaign=redesabril_super

Estas imagens, tiradas há mais de 150 anos, são registros únicos de uma das épocas mais cruéis da sociedade brasileira. Quando estudamos sobre a escravidão no Brasil, temos acesso a ilustrações, encenações e, é claro, descrições do período na literatura. Desta vez, poderemos observar imagens que mostram realmente pessoas da época que eram submetidas à escravidão.

Quando nos deparamos com o post do blog História Ilustrada e nos surpreendemos com a qualidade das imagens, decidimos também mostrar aqui esse conteúdo tão importante – e lamentável – da história brasileira.

O que tornou possível tamanha riqueza de imagens de época, segundo o SITE, foi o interesse do Imperador Pedro II pela fotografia, o que tornou o Brasil um dos países em que primeiro se desenvolveu esta prática.

Todas as fotos são do período entre 1860 e 1885 e têm como fonte o Acervo Instituto Moreira Salles, de onde ainda pretendemos escrever alguns posts sobre outros assuntos históricos. :)

Senhora na liteira (uma espécie de "cadeira portátil") com dois escravos, Bahia, 1860 (Acervo Instituto Moreira Salles)

Primeira foto do trabalho no interior de uma mina de ouro, 1888, Minas Gerais. (Marc Ferrez_Acervo Instituto Moreira Salles)

 
 

Negra com uma criança branca nas costas, Bahia, 1870. (Acervo Instituto Moreira Salles)

Negra com o filho, Salvador, em 1884 (Marc Ferrez_Acervo Instituto Moreira Salles)

Lavagem do ouro, Minas Gerais, 1880. (Foto- Marc Ferrez_Acervo Instituto Moreira Salles)

 
 

Foto da Fazenda Quititi, no Rio de Janeiro, 1865. Observe o impressionante contraste entre a criança branca com seu brinquedo e os pequenos escravos descalços aos farrapos (Georges Leuzinger_Acervo Instituto Moreira Salles)

Escravos na colheita do café, Rio de Janeiro, 1882 (Marc Ferrez_Acervo Instituto Moreira Salles)

Escravos na colheita de café, Vale do Paraíba, 1882 (Marc Ferrez_Colección Gilberto Ferrez_Acervo Instituto Moreira Salles)

 
 

Quitandeiras em rua do Rio de Janeiro, 1875 (Marc Ferrez_Acervo Instituto Moreira Salles)

A Glória, vista do Passeio Público, Rio de Janeiro, 1861 (Revert Henrique Klumb_Acervo Instituto Moreira Salles)